Leopoldo Raimo
[ Botucatu, 1912 - São Paulo, 2001 ]















Pintor, gravador e médico, Leopoldo Raimo (1912–2001) desempenhou um papel significativo no desenvolvimento da abstração geométrica e da gravura no Brasil. Nascido em Botucatu (SP) e radicado em São Paulo desde a infância, conciliou sua atuação na medicina com uma trajetória artística de grande relevância.
Sua formação artística teve início nos anos 1920, com aulas ministradas pelo acadêmico Oscar Pereira da Silva. Nos anos 1950, integrou o Atelier Abstração, sob a orientação de Samson Flexor, aprofundando sua pesquisa em composição geométrica e experimentação cromática. Explorou as possibilidades da cor e da textura, incorporando materiais como areia e tinta a óleo em séries marcantes, como Telúrico (1958-1959).
Paralelamente, destacou-se como gravador, especialmente em xilogravuras que exploram o imaginário das festas populares, como Talismã (1970) e Junina (1980). Foi membro-fundador do Núcleo dos Gravadores de São Paulo (Nugrasp) e teve papel ativo na estruturação da 4ª Bienal Internacional de São Paulo.
Seu legado está presente em importantes coleções, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), o Museu de Arte Contemporânea da USP, o Museu de Arte Assis Chateaubriand (MAAC) e The Museum of Fine Arts, Houston.
A obra de Leopoldo Raimo se destaca pelo rigor formal, pelo diálogo entre estrutura e cor e pela constante investigação dos limites da abstração geométrica.